quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Posso, Pai?


Antes mesmo que Me chamem, Eu os atenderei; antes mesmo de acabarem de falar, Eu responderei. Isaías 65:24

Quando nosso filho tinha dois anos e meio, uma das perguntas que mais ouvíamos era: “Posso, pai?” Minha resposta era o passaporte para a alegria e satisfação ou para a tristeza e frustração. Meu amor pelo Gabriel, é claro, sempre foi muito grande, o que me impedia de dizer “sim” todas as vezes. Ele era muito pequeno, ainda não entendia muitas coisas, por isso chorava e berrava até perder o fôlego. Já viu criança ficando roxinha, buscando o ar para chorar? Você pode não lembrar mas, provavelmente, já tenha feito isso algum dia. Não é uma cena muito agradável de se ver; muito menos quando foi você que causou a dor. Mas o que eu e a mãe dele queríamos era poupá-lo de choros muito mais doídos e com consequências seriíssimas.

Acho que, muitas vezes, Deus faz isso conosco. Quantas e quantas vezes perguntamos para nosso Pai se podemos fazer algo, e Ele diz “não”? Tenho convicção de que todas as vezes que recebi um “não” como resposta, fui alvo do cuidado e da misericórdia de Deus.

Quando eu era adolescente, queria muito uma moto. Não era uma supermoto. Era uma motinho, destas com cerca de 50 cilindradas. Pedi para todo mundo que podia. Isso incluía os mais próximos e os mais distantes. Mas ninguém me deu moto nenhuma. Nem me lembro o que ganhei, mas me lembro de ter ficado bastante triste. Hoje, para mim, é muito fácil perceber como foi bom não ter ganhado aquele presente. Só de pensar em tantas coisas ruins que poderiam ter-me acontecido, agradeço a Deus. Hoje, vejo que não tinha maturidade suficiente para ser um condutor de moto. Embora a legislação da época desse a possibilidade, sei que não estaria verdadeiramente habilitado. Colocaria em risco minha vida e a de outros.

A vida é assim mesmo. Muitas vezes pedimos algo que achamos que é para o nosso bem, que seria uma bênção, mas apenas Deus sabe se sim ou se não. Ele sabe o que é melhor para você e para mim. Ele sabia o que era melhor para Davi, para Moisés, para José e saberá o que é melhor para todos nós.

Creio que, um dia, meu filho perceberá que, todas as vezes que eu lhe disse “não”, foi para seu bem. Da próxima vez que você perguntar “posso, Pai?”, tenha certeza: Ele responderá sempre o que for melhor para você!


Ivan Saraiva
Inspiração Juvenil 2011 - Uma Pergunta de Cada Vez

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