quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Apenas Vislumbres


Laurel sabia que estava morrendo. Durante algumas semanas, conversamos frequentemente sobre o céu - como ele era e como seria morar lá. Quase sempre terminávamos a conversa chorando e trocando meigos abraços de esperança.


A parte mais difícil era imaginar algo que nunca víramos, algo sobre aquilo que sabíamos pouco.


Foi, então, que me lembrei desta história:


Uma jovem de cabelos loiros e olhos azuis nasceu cega. Quando tinha 12 anos, os médicos realizaram um novo tipo de cirurgia em seus olhos que, se fosse bem-sucedida, lhe daria a possibilidade de enxergar. O resultado só seria conhecido alguns dias após a cirurgia. Depois que as ataduras foram retiradas, os olhos daquela jovem precisavam ficar protegidos da luz. Ela aguardou o resultado no escuro.


A mãe passou longas horas respondendo às perguntas da filha sobre como eram tais e tais coisas e o que ela enxergaria. Ambas estavam tão empolgadas diante das possibilidades de êxito que quase não conseguiam dormir. O tempo todo, mesmo no escuro, elas conversavam sobre coisas bonitas - cores, formatos, beleza de todos os tipos.


Finalmente, chegou o momento em que os olhos da moça já tinham condição de suportar a luz que vinha de fora. Ela se sentou perto da janela por um longo tempo sem dizer nada. Lá fora, o dia de primavera ideal - brilhante e cálido, com nuvens brancas e fofas decorando o céu azul. As flores que a brisa leve derrubava das cerejeiras cobriam o chão, dando a idéia de uma camada de neve cor-de-rosa. Açafrões amarelos enfeitavam orgulhosamente as laterais do caminho de tijolos que serpenteava no meio do gramado.


Quando a moça olhou para a mãe, lágrimas corriam por seu rosto.


- Oh, mamãe. Por que você não me disse que era tão lindo assim?


Contei esta história a minha amiga, com olhos lacrimejantes.


- Laurel, neste instante estamos sentandas no escuro, mas daqui a pouco você estará fazendo esta mesma pergunta a Deus.


Alice Gray




A fé é como o passarinho que sente a claridade e canta enquanto o dia ainda é escuro. - Tagore

10 comentários:

suzana disse...

O medodo desconhecido e o fato de não se ter fé em Deus é que leva a este pavor da morte.
Simples e bela explicação.
Só falta sabermos nos perdoar com que fizemos das nossas vidas.É este também um outro grende sofrimento de quemsabe que vai morrer.
Um abraço

Anônimo disse...

Só podemos mesmo ver com os olhos da fé. E sabemos também que olhos humanos nunca viu.

Anônimo disse...

So mesmo com os olhos da fé podemos ver toda aquela beleza que nos aguarda. Um abraço,
Edilza

Denise disse...

uma das formas mais lindas para explicar o renascer na espiritualidade.
Emocionada aqui,grata por mostrar.
carinho

Wacinom disse...

Encantador, sensível ...
Gostei muito desse espaço é inspirador.
beijos
Wacinom

Joselito disse...

Que assim seja ...

BLOGZOOM disse...

Pastor, isso foi muito comovente e devem ter inumeros casos semelhantes.

Moni disse...

Nossa amei a historia cheia de verades, no fundo acho que todos estamos no escuro a esperar ver a mundo la fora.
E todos um dia veremos.

Tem selinho pra vc la no meu blog, passa la.

bjos ]
Boa noite.

Moni disse...

Nossa amei a historia cheia de verades, no fundo acho que todos estamos no escuro a esperar ver a mundo la fora.
E todos um dia veremos.

Tem selinho pra vc la no meu blog, passa la.

bjos ]
Boa noite.

Terezinha Bolico disse...

Que história linda!
Fiquei muito comovida.
abraço