quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Chamado pelo nome


Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és Meu. Isaías 43:1

“Presente!” é a palavra que o aluno deve responder ao ouvir seu nome chamado pelo professor, antes de começar a aula.

Lembro-me de um professor de teologia, o qual, após a oração, feita por um aluno, iniciava a chamada. Como alguns começassem a conversar, ele parava e dizia: “Vamos cultivar o hábito de não conversar após a oração, senão o inimigo tira proveito disso. Sei que não o fazem por má intenção, mas, como professor, preciso dar o som certo na buzina.” A classe então fazia silêncio e ele retomava a chamada.

Muitos anos atrás um grupo de cristãos norte-americanos foi visitar a Nicarágua, devastada pela guerra entre os sandinistas e os contras. Enquanto estavam lá, um jovem do grupo foi morto pelos contras. No domingo seguinte foi realizada uma Santa Ceia, durante a qual houve uma pausa. A congregação estava em silêncio. Então alguém pronunciou um nome em voz alta. Todos responderam: “Presente!” Durante a cerimônia pelo menos vinte nomes foram chamados e de cada vez houve a mesma resposta coletiva: “Presente!”

O pastor que liderava esse grupo de cristãos não entendeu o que estava acontecendo até que ouviu o nome de Oscar Romero. Então ele percebeu que todos esses nomes eram de pessoas que haviam morrido durante a guerra civil. Ao responderem “presente” aqueles irmãos estavam homenageando os falecidos e declarando que a presença e a influência deles ainda era sentida.

O coro do hino 434 do Hinário Adventista diz: “Quando for então chamado, aprovado hei de estar perante o Rei.”

Em algumas instituições, os indivíduos são chamados por um número. Mas ser chamado pelo nome é uma prova de consideração e respeito. A Bíblia diz que Deus chamou a Bezalel e a Moisés pelo nome (Êx 31:2; 33:12, 17) quando os escolheu para realizarem uma obra especial. “Jesus nos conhece individualmente, e comove-Se ante nossas fraquezas. Conhece-nos a todos por nome. Sabe até a casa em que moramos, o nome de cada um dos moradores. Tem, por vezes, dado instruções a Seus servos para irem a determinada rua, em certa cidade, a uma casa designada, a fim de encontrar uma de Suas ovelhas” (O Desejado de Todas as Nações, p. 479).

Deus nos remiu. Ele nos chamou pelo nome. Agora somos dEle. Não há o que temer.


Scheffel, Rubem M. Meditações diárias: com a eternidade no coração. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.

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