sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Fim de Festa no Palácio


Como foi tomada Babilônia, e apanhada de surpresa, a glória de toda a terra! Como se tornou Babilônia objeto de espanto entre as nações! Jeremias 51:41


Imagine uma festa para mil convidados, num salão de 17 por 53 metros. Vinho à vontade, belas mulheres, música ruidosa, alegria e sensualismo. Todos os políticos importantes estavam presentes. Assim foi a festa que o rei Belsazar ofereceu a mil dos seus grandes, na noite de 12 de outubro do ano 539 a.C. Mal imaginava Belsazar que aquela seria sua última festa.

Sob a influência do álcool, Belsazar manda trazer os vasos de ouro e de prata que Nabucodonosor havia tirado do templo de Jerusalém, “e beberam neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas” (Dn 5:3). “O rei queria provar que nada era demasiado sagrado para que suas mãos tocassem” (Profetas e Reis, p. 524).

Foi a gota d’água que fez transbordar a taça da paciência divina. Belsazar, além de profanar os vasos do templo de Jerusalém, profanou também o templo de seu próprio corpo. Mas, de repente, a orgia cessou. Príncipes, estadistas, concubinas e servos viram, com horror, a mão misteriosa escrevendo na parede do palácio, em caracteres brilhantes, algumas palavras desconhecidas. O rei ficou pálido de medo, os joelhos bateram um no outro e suas pernas ficaram bambas. Foi o fim da festa.

Ante a incompetência dos sábios do reino para decifrar a escrita, o profeta Daniel foi chamado, às pressas. Depois de relembrar assuntos familiares da vida de Nabucodonosor, Daniel fez o que ninguém mais teria coragem de fazer: repreendeu o rei por sua impiedade, dizendo: “Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto” (Dn 5:22). Em seguida leu e interpretou a escrita na parede, que não era outra coisa senão um aviso de Deus de que seu reino estava acabado.

Belsazar ainda estava no salão de festas quando foi informado de que a cidade havia sido tomada pelo inimigo. Ele foi morto naquela mesma noite, e Dario, o medo, ocupou o trono.

Deus fez de tudo para poupar Babilônia. “Queríamos curar Babilônia, ela, porém, não sarou” (Jr 51:9). O reino caldeu havia enchido a medida da misericórdia divina e o Céu decretou sua ruína. Assim será também com a Babilônia espiritual e com os indivíduos que rejeitarem persistentemente o Espírito Santo de Deus.

Arrependa-se, antes que a mão de Deus escreva, com letras de fogo, ao lado do seu nome, as terríveis palavras: “Pesado na balança e achado em falta” (Dn 5:27).


Scheffel, Rubem M. Meditações diárias: com a eternidade no coração. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.

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