
Era uma tarde de sexta-feira e meus filhos já se haviam reunido na sala enquanto eu me encontrava no quarto trocando nossa caçula, a pequena Luci, de três meses de idade.
Inesperadamente, um dos meninos entrou no quarto, girando sua jaqueta com todas as forças. Crianças são crianças, e na alegria e vivacidade dos anos infantis, não vêem as conseqüências das suas brincadeiras. O pesado zíper de metal, como se tivesse sido lançado contra um alvo, atingiu meu olho esquerdo, que imediatamente começou a encher-se de sangue.
A dor foi extrema, impossível de descrever. Mesmo agora, 40 anos depois, ainda me lembro claramente da situação. Por causa da dor excruciante caí, sem saber o que fazer. Dentro de segundos, parecia que meu olho havia explodido e que eu o perderia e ficaria cega.
Agora meu esposo estava ao meu lado, cuidando da nossa filha. Quando ele viu a condição do meu olho, chamou rapidamente um táxi para levar-nos ao oftalmologista. O médico não minimizou o problema. Aplicou-me um tratamento de emergência, prescreveu remédios e exigiu que eu permanecesse na cama por pelo menos dez dias, o tempo necessário para que o ferimento sarasse.
– Mas doutor, tenho seis filhos! – protestei.
– Mas tem só dois olhos – respondeu o médico.
Assim, chamamos minha mãe, que nunca negou auxílio durante os tempos difíceis. No sábado, ela ficou comigo enquanto meu esposo e as crianças foram à igreja e pediram orações em favor da minha recuperação. Passei o dia inteiro no quarto escurecido, conforme a orientação do médico. Naquela noite meu esposo tirou o curativo para aplicar a medicação e, graças a Deus, não havia sequer traço de sangue.
O médico ficou espantado. "Isso é um milagre! É um milagre!" repetia ele. Isso me chegou aos ouvidos como um doce cântico. Fiquei feliz por saber que minha visão retornaria ao normal. E retornou. Uso meus dois olhos sem nenhum problema. O Senhor protege Seus filhos e cuida deles. Supre-lhes as necessidades.
Nilse Toledo Woerle
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Sinfonia de louvor: 366 devocionais para mulheres. Trad. Eunice Scheffel do Prado. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007
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