Aprender a andar de bicicleta foi um desafio para mim. Em primeiro lugar, a família tinha uma bicicleta só para quatro crianças, de modo que a competição era acirrada. E eu, sendo a tímida, não lutava pelos meus direitos. Em segundo lugar, a bicicleta era grande demais. Nossos pais não tinham dinheiro para comprar uma bicicleta para iniciantes, se é que havia uma coisa assim naquela época, para depois comprar mais bicicletas ao crescermos. Uma bicicleta, grande, servia para todos. E aprenda, se puder, ou então espere até crescer.
Finalmente chegou o dia de eu testar minhas habilidades ciclísticas. Decidi ser uma vencedora sobre duas rodas. Com um irmão de cada lado segurando a bicicleta até eu montá-la, e entre ordens de "Firme... Pronto?" coloquei os pés em ação. Antes de ter ido muito longe, ouvi gritos de "Vire à direita!" e "Vire à esquerda!" De modo previsível, a bicicleta e eu caímos ao chão. Meus irmãos por fim se cansaram dos meus fracassos e me deixaram sozinha para arranjar um jeito de conservar o equilíbrio.
Com uma atitude de "eu vou lhes mostrar", carreguei um enorme toco da pilha de lenha para servir de degrau para eu montar na bicicleta. Lentamente fiz algum progresso. A cada tentativa, eu demorava um pouco mais para perder o equilíbrio e cair. Finalmente eu havia aprendido a andar de bicicleta. Quão orgulhosa eu estava no dia em que dei um show para a família! Entre a casa e o terreiro havia uma suave elevação. Ao pé da elevação havia uma portinhola de aproximadamente um metro de largura. Achei que seria uma interessante proeza descer a colina, passar pela portinhola e dar a volta no terreiro. Com todos os olhares concentrados em mim, montei na bicicleta e parti. Brequei um pouco ao descer a colina, mas também queria exibir uma certa velocidade. Ao aproximar-me do portãozinho, o espaço me pareceu muito estreito. Conservei os olhos fixos no mourão da esquerda para ter a certeza de não bater nele.
Pobre cálculo! O mourão e eu colidimos de frente e saí voando por cima do guidom. Aquele foi o dia em que aprendi: "Olhe para o ponto aonde você quer ir, e não para o que você quer evitar!"
Quanta semelhança com as tentações! A melhor maneira de evitar o mal é afastar-se de tentações pecaminosas. Concentre-se no que é verdadeiro, puro, bondoso e santo. Mantenha os olhos em Deus, e não nas seduções de Satanás!
Edith Fitch
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Sinfonia de louvor: 366 devocionais para mulheres. Trad. Eunice Scheffel do Prado. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007.
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