Então, disse Zedequias a Jeremias: Ninguém saiba estas palavras, e não morrerás. Jeremias 38:24
Uma senhora foi ao ginecologista queixando-se de que não conseguia ter filhos. Ela queria saber se havia algo de errado com ela. O médico a examinou cuidadosamente e lhe pediu que fizesse ultrassonografia, tomografia computadorizada do abdome e exame genético (cariótipo).
Os exames revelaram que ela possuía gônadas masculinas intra-abdominais (hermafroditismo), ou seja, geneticamente ela era do sexo masculino. O médico, entretanto, sabia que nesses casos jamais deveria dizer a verdade total à paciente, sob pena de arruinar a vida e o casamento dela.
Ele, então, lhe disse que ela apresentava alterações genéticas e morfológicas e, associado a isso, possuía duas massas com potencial de malignidade que a inabilitavam para ter filhos. A resposta estava correta, embora ocultasse aquilo que ela não devia saber para o seu próprio bem.
O profeta Jeremias, certa vez, se deparou com situação semelhante. Acusaram-no de traição, e ele foi açoitado e preso na casa de Jônatas. Depois foi transferido para uma cela no palácio real, jogado dentro de um poço com lama, e daí levado de volta à cela. Então o rei Zedequias mandou trazê-lo, para ter uma conversa secreta com ele. Nessa conversa, Jeremias repetiu o que já lhe havia dito, isto é, que se ele se entregasse ao rei de Babilônia, tanto ele como Jerusalém seriam poupados. Caso contrário, a cidade seria queimada e ele seria preso.
Quando terminou a conversa, Zedequias disse a Jeremias que se algum oficial lhe perguntasse sobre o que haviam conversado, respondesse apenas que lhe havia pedido para não ser levado de volta à prisão da casa de Jônatas. E Jeremias fez exatamente como o rei lhe havia mandado (Jr 38:24-27).
O profeta não tinha obrigação de dizer nada àqueles oficiais. Se contasse tudo, seria morto. Sua obrigação era transmitir ao rei o alerta divino.
Todos nós temos direito ao silêncio, nos casos em que a revelação completa da verdade for danosa a uma das partes: a si próprio ou a outrem. Cristo muitas vezes dizia à pessoa curada: “Olha, não o digas a ninguém”; “acautelai-vos de que ninguém o saiba” (Mt 8:4; 9:30).
Às vezes, a lei do amor é melhor praticada pelo silêncio ou pela revelação parcial de um fato, cuja intenção é aliviar o sofrimento ou salvar, do que pela revelação franca de um fato chocante e brutal.
Peça a Deus sabedoria para escolher a melhor opção.
Scheffel, Rubem M. Meditações diárias: com a eternidade no coração. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.
7 comentários:
Pastor Deus é o orientador de nossas vidas, devemos estar aentos as suas palavras, ouvi-lo e enteder qual o caminho a seguir.
Abraços forte
coisa ruim
não tinha nada melhor
Realmente temos que medir o impacto da verdade, as vezes causa mais mal do que bem e ai vale a pena ocultar.
Existe diferença entre mentir e omitir. Mentir é: afirmar algo que se sabe ser falso, enganar, iludir, ludibriar. Omitir: deixar de lado, passar em silêncio.
Omitir pode ser benéfico, mas mentira nunca é boa, porque saber da verdade depois causa transtornos, encrencas.
Muito interessante o relato comparando com a passagem bíblica.
Olá amigo Adolfino, tem certas coisas que ao serem reveladas ao invés de fazerem bem, prejudicam ou entristecem o outro , nestes casos melhor a opção é o silêncio.
Nem sempre a omissão é algo bom, mas em determinados casos é a melhor solução.
Parabéns pelo post.Beijos no coração
Márcia Canedo
Interessante a linha de raciocinio. Não estou certo se concordo, sempre afirmei que uma dura verdade é preferivel a uma doce mentira e me pergunto se ocultar a verdade não equivale a mentir. Mas vou pensar com calma a respeito.
Opinião estonteneante neste espaço, visões como aqui vemos dão brilho a quem ler nesta página :)
Entrega mair quantidade do teu blogue, a todos os teus visitantes.
Postar um comentário