quinta-feira, 15 de abril de 2010

Hábitos Recebidos por Herança



Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, [...] sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Gálatas 1:13, 14


Nos dias da Rússia imperial, o czar caminhava, uma tarde, pelos belos parques de seu palácio, quando viu uma sentinela montando guarda próximo a um canteiro de ervas daninhas. Surpreso por encontrar um guarda naquele lugar, ele perguntou:


– O que você está fazendo aí?


– Não sei exatamente – respondeu a sentinela. – Estou simplesmente obedecendo às ordens do capitão.


O czar então perguntou ao capitão:


– Por que você mantém uma sentinela junto àquele canteiro de tiriricas?


– Porque esse sempre foi o regulamento – respondeu o capitão. – Mas eu não sei por quê.


Após investigar a questão, o czar descobriu que ninguém na corte sabia. Recorreu, então, aos arquivos e descobriu que cem anos antes, Catarina, a Grande havia plantado ali uma roseira e designara uma sentinela para cuidar dela. A planta já havia morrido fazia muito tempo, mas os guardas continuavam a proteger algo que não sabiam o que era.


Episódio semelhante ocorreu nos tempos de Napoleão Bonaparte. Os ingleses estavam com medo que Napoleão organizasse uma esquadra, atravessasse o Canal da Mancha e invadisse a Inglaterra. Para evitar que isso acontecesse, o governo criou um sistema de alarme que consistia em manter um homem de vigia na costa sul da Inglaterra, tendo a sua disposição um enorme sino.


Se esse vigilante solitário visse navios franceses no horizonte, deveria tocar o sino o mais alto que pudesse, alertando os habitantes das vilas próximas, os quais também badalariam os sinos de suas igrejas. Quando outras vilas do litoral ouvissem esses sinos elas também se apressariam a tocar seus sinos. E, assim, o alarme se espalharia de vila em vila, fazendo soar a advertência e permitindo que o exército se preparasse para enfrentar os invasores.


O mais curioso de tudo é que o governo britânico continuou mantendo uma sentinela no mesmo lugar e com a mesma atribuição até 1947, ou seja, 126 anos após Napoleão ter morrido!


Talvez você também tenha hábitos e crenças que recebeu por herança e mantém por tradição. Procure descobrir como se originaram e verifique se eles continuam fazendo sentido hoje. Precisamos conhecer as razões de nossa fé, e estar “sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3:15).

Scheffel, Rubem M. Meditações diárias: com a eternidade no coração. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira.

3 comentários:

Principe Encantado disse...

Sensacional o texto Pastor, muitos caminham por onde obsrvam outros sem saber o real motivo, não procuram saber balançam a cabeça em sinal de concordo sem ter idéia do que estão dazendo.
Abraços forte

Mr.Diego (Orion) disse...

Nossa, que desperdiçio de tempo. E alem do que, por algo que ninguem se deu ao desfrute de informar que não existia mais nada ali para ser vigiado.
abçs

Rodrigo Nascimento da Silva disse...

É verdade. As vezes nos apegamos a coisas que não fazem nem sentido, somente porque nos pais e avós faziam e os seus pais também. Muito bom o post.
edilza